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2ª Caminhada de Conscientização do Autismo em Bairro de SP com participação de 1600 famílias

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No último dia 31 de maio, o Espaço TEAbraçar promoveu a 2ª Caminhada de Conscientização do Autismo, um evento emocionante que tomou as ruas do bairro de Guaianases, no extremo leste de São Paulo.

A ação contou com a impressionante participação de 1.600 famílias atípicas, que se uniram em um grande movimento por respeito, inclusão e visibilidade às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A caminhada foi marcada por pessoas vestidas com camisetas azuis, além de mensagens de amor, empatia e acolhimento. O evento teve como principal objetivo conscientizar a sociedade sobre o autismo, combater preconceitos e fortalecer a rede de apoio às famílias que convivem com o TEA.

Contamos com a parceria da Subprefeitura de Guaianases, da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, por meio da secretária adjunta Dika Vidal.

As famílias atípicas em São Paulo, assim como em outras regiões do Brasil, enfrentam uma série de desafios e, consequentemente, têm reivindicações bem definidas para garantir a inclusão e o bem-estar de seus membros com necessidades especiais. As principais reivindicações se concentram em:

Acesso e Qualidade dos Serviços de Saúde

Diagnóstico precoce e preciso: Muitas famílias relatam dificuldades para obter um diagnóstico correto e em tempo hábil, o que atrasa o início das intervenções e terapias.

Atendimento multidisciplinar integral: Reivindicam acesso contínuo e desburocratizado a terapias essenciais como fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicomotricidade, psicologia etc., tanto no SUS quanto por meio dos planos de saúde (muitos ainda resistem em cobrir integralmente as terapias necessárias).

Fornecimento de medicamentos e insumos: Exigem a garantia de acesso a medicamentos específicos, alimentação especial, fraldas e equipamentos, seja pelo SUS ou via judicial.

Atendimento prioritário no SUS e em serviços de saúde: Projeto de lei já aprovado na Câmara dos Deputados prevê atendimento prioritário para mães e pais atípicos, incluindo atendimento psicossocial — uma demanda importante.

Clínicas-escola e centros de referência: Defendem a criação e o fortalecimento de centros de atendimento integral que ofereçam serviços de saúde e acolhimento para pessoas com deficiência e suas famílias.

Inclusão e Acesso à Educação

Educação inclusiva de qualidade: Exigem o direito a uma educação individualizada, com o apoio de profissionais especializados (professor de apoio/mediador) em escolas regulares, conforme previsto em lei.

Plano de Ensino Individualizado (PEI): Reivindicam a efetivação do PEI, adaptado às necessidades específicas de cada aluno com deficiência.

Combate à recusa de matrícula e à discriminação: Mães atípicas frequentemente denunciam recusa de matrícula ou discriminação em escolas, levando a protestos e ações judiciais.

Capacitação de profissionais da educação: Defendem a formação adequada dos profissionais da educação para lidarem com a diversidade e as necessidades dos alunos atípicos.

Suporte Social e Financeiro para as Famílias

Auxílio financeiro para mães/pais atípicos: Projetos de lei em tramitação em São Paulo buscam instituir um auxílio financeiro para mães atípicas ou responsáveis legais, a fim de auxiliar nos altos custos e na sobrecarga de cuidados.

Rede de apoio e acolhimento: A criação de redes de apoio psicossocial é essencial, pois a rotina de cuidados pode causar esgotamento físico e emocional. Muitas mães se sentem sozinhas nessa jornada.

Reconhecimento da maternidade/paternidade atípica: É necessário que a sociedade reconheça e valorize o papel dos cuidadores, oferecendo suporte para que também possam cuidar de si mesmos.

Flexibilização da jornada de trabalho: É importante garantir flexibilidade no ambiente profissional, permitindo que mães e pais acompanhem seus filhos em terapias e consultas médicas.

Acessibilidade e Inclusão na Sociedade

Acessibilidade em espaços públicos e privados: Defendem adequações em transporte, edificações, espaços de lazer e cultura.

Sessões de cinema adaptadas: Em São Paulo, já existe uma lei que prevê sessões adaptadas para pessoas com autismo, com luzes levemente acesas e volume reduzido.

Fiscalização e cumprimento das leis existentes: Apesar da existência de muitas leis, a fiscalização e o cumprimento efetivo ainda são grandes desafios.

Combate ao capacitismo e ao estigma: É fundamental combater o preconceito e a desinformação sobre as deficiências para construir uma sociedade mais inclusiva.

Identificação (CIPTEA, cartão DeFis): A Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA) e o cartão de estacionamento DeFis são ferramentas importantes, mas sua emissão e aceitação ainda precisam ser agilizadas e ampliadas.

Políticas Públicas Abrangentes

Criação de políticas públicas integradas: Que articulem saúde, educação, assistência social, trabalho e cultura, considerando as necessidades complexas das famílias atípicas.

Participação na formulação de políticas: As famílias reivindicam ser ouvidas e participar ativamente da criação e implementação das políticas públicas que impactam suas vidas.

Essas reivindicações são fruto de uma luta constante e organizada das famílias atípicas de São Paulo e de todo o Brasil, que buscam garantir os direitos e a dignidade de seus filhos e de si mesmas.

Entendendo essa realidade — e sendo também mãe atípica —, Valeria Prochnov fundou o Espaço TEAbraçar, localizado no bairro de Guaianases, no extremo leste da capital paulista.

O Espaço TEAbraçar agradece a presença de todos que contribuíram para o sucesso dessa iniciativa. Foi mais do que uma caminhada: foi um verdadeiro abraço coletivo pela causa autista.

Durante o evento, também foram oferecidos serviços sociais, como cadastro do Bilhete Único da SPTrans, Cadastro Único (CadÚnico), inscrição da Cohab para moradia, corte de cabelo, aferição de pressão arterial, entre outros.

@TEABRACAR

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